sábado, junho 19, 2010

O prazo de validade das relações

Postado por Solitária |

Texto de @FelipeVoigt que me identifiquei bastante.


Nunca tive problemas em eliminar pessoas do meu círculo de convivência. Não acho que somos obrigados a aturar alguém apenas porque aquela pessoa dividiu algumas horas do teu dia por alguns meses ou alguns anos, como na escola ou no trabalho.

Quem tem afinidade e conteúdo agradável permanece. Aqueles que eram descartáveis são deixados no passado, seu lugar de direito... Pena que a geração Orkut tenha deixado isso um pouco de lado: não nos permitem mais esquecer alguém! Pode passar alguns anos e logo você terá de conviver com a pessoa virtualmente de novo. Mesmo que nunca mais a veja pessoalmente, mesmo morando na mesma cidade...

Os recém-chegados do passado se esquecem, porém, que a vida determina uma série de fatores ao longo dos anos que influenciam diretamente nas convicções daquele amigo da faculdade ou do colega do trabalho. Suas frustrações, suas decepções, suas desilusões... tudo isso diz mais a respeito de alguém do que as alegrias divididas, as conquistas celebradas e os sonhos projetados.

O mesmo se aplica aos novos futuros ex-alguma coisa: chegam com uma expectativa e te condenam por ser como você é... Ou se assustam quando nós mesmo nos condenamos a sermos algo: nos condenamos a sermos nós mesmos, apenas. E quando se deparam com a realidade, se assustam.

Eu me condenei a ser aquele que vai dizer aquilo que precisa ser dito... com o objetivo sempre de cobrar a responsabilidade de cada um nas mazelas sofridas, com isso, aprender com os erros cometidos. Em suma: largar a mão de ser o idiota nas mãos alheias e passar a ser o idiota nas suas próprias mãos.

A consequência disso? É ver pessoas passando por mim com um prazo de validade estampado na testa. Seja um prazo imposto por mim, seja imposto o prazo por ela. Meu jeito afasta... sempre afastou, sempre afastará! Muitos que chegam, seja do passado ou do presente, se impressionam com o que vêem e acabam não contando coisas por medo dos puxões de orelha... e assim vai se afastando aos poucos, deixando de contar, deixando de estar presente... por medo!

Dificilmente alguém permanece por muitos anos... quiçá por poucos meses! As frases do tipo "não sou como as outras" e "eu aguento" dão lugar ao silêncio e à ausência. E, assim, resta acostumar-me a isso, a esse entra e sai de gente pela porta da frente...

O tempo se encarrega de mostra-las que estavam erradas ao emitirem suas frases. Assim como a vida se responsabiliza por me mostrar que eu também estava errado... Errado por acreditar, mesmo que por alguns minutos, que elas estavam certas.

FONTE: Blog Questão de Ordem, por Felipe Voigt

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